sexta-feira, 2 de maio de 2008

SOBRE TIAS

Sobre Tias
(Fabiana Menezes)

Muitas mulheres se chateam por serem chamadas de tias, se consideram novas demais ou simplesmente querem esconder que já não são tão novas assim.
O fato é que, para mim, este título me agrada muitíssimo!
Não por uma questão de idade e tampouco por uma questão familiar, mas pelo vínculo afetivo que envolve esta denominação.
Trabalho com crianças em um projeto voluntário de basquete em uma área carente.
Acompanhar o desenvolvimento destas crianças através do esporte é algo formidável! O controle do corpo, da bola, as noções de coletividade, os exercícios de fundamentos, a primeira cesta convertida... É uma sensação maravilhosa e que vai além do que os olhos podem ver!
Costumo dizer que é necessário muita “psicologia infantil”. Entender o jeitinho, o gênio de cada uma. Dar carinho, atenção, saber como falar, como explicar a atividade. Aguardar o tempo de resposta, incentivar, elogiar, corrigir, até mesmo chamar a atenção.
Se junta a isto o fato de que estamos todos muito próximos, ou seja, além da quadra, nos vemos na rua, na escola, no mercado, na igreja do bairro.
Estes gestos constantes aliados à proximidade local estreitam o laço dos alunos pra conosco, os instrutores. Para nós, adultos e seres complicados, procuraríamos uma resposta lógica para este “estreitamento”. Todavia, as crianças, seres simples e verdadeiros, expressam este carinho através de uma única palavra: Tia.
Palavra, normalmente, acompanhada de um abraço, um beijo, uma bala, um biscoito, uma fruta, um sorriso ou de qualquer outro gesto físico, mas que estas crianças sentem por nós.
Através destas expressões de afeto e carinho posso sentir o quanto estou conseguindo alcançar estas crianças. Passo a compartilhar uma responsabilidade para com elas.
Afinal de contas, se sou “tia”, sou da família; e se sou da família, quero que ela esteja bem. Seja no esporte, na escola, na casa, no bairro, na igreja, na vida!

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